Wednesday, May 28, 2008

Ele se acostumou a ser só

- Estou dizendo pra você, é a mais pura verdade, aquele homem ali acostumou-se a ser só.
Este era o comentário que corria a boca pequena... pensando melhor pequena não daquelas bem grandes tipo a minha... mas voltando.
A vida, as dificuldades, as cabeçadas o fizeram assim.
E ele até que gostava (ou se acostumava) a viver daquele jeito.
Com a sua casca de proteção.
-Bom dia tudo bem com você ?
Alguém lhe perguntava.
- Tudo bem.
Respondia ele. Quase que automático, tão mecânico quanto quem lhe perguntava.
E ele estava satisfeito com a sua vida.
Chegava aos finais de semana tinha os seus amigos.
As suas transas.
Tudo como sempre no seu devido lugar.
Ele se acostumava com os vazios.
Se acostumava a cuidar dele sozinho sem ninguém pra compartilhar e cuidar dos outros que dependiam dele, e ele ficava feliz, porque estava fazendo o certo, e isso lhe bastava.
A vida dele estava indo tranquila, caminhava como sempre bem, às vezes com altos e baixos, mas sempre no mesmo padrão. A sua companheira solidão. Conforta.
Mas eis que em uma bela noite surge a Moça, e algo muito estranho acontece.
- Ele já não é mais o mesmo.
Comentava o povo.
Sobre a Moça, conto depois.
Mas os efeitos que a moça trouxe a vida desse homem não posso deixar de comentar.
Com a sua doçura típica de menina do interior, ela trouxe mais vida a vida dele. E quando viu o Moço as suas vidas eram um espelho.
Ele teve medo.
Ela teve medo.
Pois eles era muito parecidos, mas ao mesmo tempo muito diferentes.
- Amor, a casca da mexirica é grossa, mas é facil de tirar.
Dizia ela.
O moço ficou a pensar...
Os vizinhos continuaram a falar....

Texto: Li Ferraz

1 comments:

Vander said...

Pensei que fosse tudo. Menos que tivesse esses rompantes de ignorância. E escreve sobre?... Néscio eu ou vc?